sábado, 17 de enero de 2015

Marcha a las cárceles

Se celebra la 'IX Marcha as cadeias' convocado por la Plataforma Que voltem para a casa! con la finalidad de transmitir apoyos y solidaridad con presos independentistas gallegos.
Tres columnas partieron desde distintos lugares y tuvieron como destino: Dueñas (Palencia), donde se encuentra encarcelado Antom Santos; Ocaña (Toledo), donde está Eduardo Vigo; y Villanubla (Valladolid), donde permanece Roberto Rodríguez.
Por último, las columnas confluyeron en Mansilla de las Mulas (León).
Los integrantes de la columna sur (Villanubla) fueron identificados por la policía en un control.

Según lo publicado en el diario Liberdade los objetivos de la marcha son:

• Levar às presas independentistas galegas todo o nosso carinho, apoio, calor e solidariedade: que nos escuitem, que saibam que estamos aí, que cada ano somos mais, que nom vamos esquecer-nos delas, e que nom vamos parar até as trazermos de volta para a casa. É também um ato simbólico, através do qual levamos umha maré de solidariedade lá onde tratam de afastar as nossas companheiras, quebrando assim com o significado da dispersom.

• É um ato de denúncia da situaçom em que se encontram: as medidas de excecionalidade que sistematicamente se lhes aplicam desde o mesmo momento em que som detidas, vulnerando os seus direitos fundamentais e impossibilitando o exercício do direito a umha defesa efetiva. Também denunciamos as precárias condiçons de vida e o tratamento arbitrário do que som objeto as nossas companheiras dentro das prisons.

• A marcha serve para denunciar a dispersom penitenciária, e exigir que se respeite o direito das nossas amigas e familiares a voltarem à sua terra; também para experimentar em primeira pessoa o que significa a sua aplicaçom, e tratar de imaginar o que pode supor ter que deslocar-se cada fim de semana para poder dar um abraço a umha filha, ou poder intercambiar umhas palavras com umha amiga.

jueves, 15 de enero de 2015

Entrevista a preso

CEIVAR publica una entrevista realizada al preso Raúl Agulheiro (Raúl Agulleiro), encarcelado en la prisión de León, de la que ofrecemos un extracto:


- Detivem o carro e entre seis e oito guardias civís baixárom das suas carrinhas e rodeárom-me obrigando-me a baixar do meu.

Nada mais baixar-me algemam-me com sobrada violência e subem-me a outro carro tapando-me a cara. Conduzem-me a toda velocidade e com as sereias postas até o bairro das Cancelas. De caminho recebo ameaças sobre novas detençons e dim-me que “a caguei”.

Ao chegar sacam-me do seu carro e empurram-me até um quarto continuando com as ameaças. Sigo a estar com a cara tapada e nom saberia dizer quanto tempo passei nessa sala. Depois voltamos ao carro policial e anunciam-me que tenho que ir com eles a registrar a minha casa. Quando chegamos descubrem-me o rostro e já vejo a rua tomada por muitos carros da Guardia Civil. Nesse momento podo ver ao meu irmao que lhe estám a impedir o passo ao começo da rua. Com as minhas chaves abrem o portal e subimos a toda pressa polas escaleiras. Antes de entrar no andar perguntam-me se há alguém dentro, cousa que nom sabia.

Entrárom entre quatro ou cinco guardias civís ao grito de “Guardia Civil” e abrirom todas as portas. Num quarto atopava-se Luzia e escuito que lhe dim “al suelo” repetidas vezes mas nom consego ver nada. Quando a encerram num dos quartos mandam-me passar, registram a casa e em nengum momento me deixam ver a Luzia.

Ao remate do registro saimos correndo e voltárom tapar-me a cara metendo-me num carro que sae mui rápido à altura do Centro Social A Gentalha do Pichel. Nesse momento escuitei berros que polo comentário de “ahí están tus primos” entendia que eram de apoio e ánimo.

Ao levar ums minutos no carro comunicam-me que nos dirigiamos a fazer um registro num monte. Todo este tempo vou com a cara tapada até que chegamos a outro sítio. Tras “passear” um anaco dim que há explosivos e já começárom a dizer-me que a ver “se era umha trampa”, “que se estoupa seria eu o primeiro em morrer”. É por isto que me deixam diante dum de eles para que faga a funçom de “escudo humano”. Namentras outro se achega com cuidado, o resto, junto à secretaria do Julgado, aguardam ao lonje. Umha vez que intuem que nom se trata de umha trampa sacam-me de lá e voltam tapar-me a cabeça e já nom vejo nada do que acontece.

Novamente noto como se achegam a mim para dizer-me “seis años más y ya llevas dieciocho”... e voltamos para as Cancelas. Metem-me nos calabouços e eles registram o meu carro. Quando rematam dim-me que imos para Madrid. Ao subir-me ao carro de novo com a cara tapada tiram-me auga por enriba e acosam-me com perguntas e ameaças. A viagem é agobiante, nom param de golpear-me a cabeça e de zarandear-me. 

Durante o trajeto paramos duas vezes, a primeira devido ao mareio que tinha pola situaçom e a segunda “para cumplir com as suas ameaças”. Dim-lhe ao condutor que pare que me vam matar. Ao ir freando o carro abrem um bocado a porta e empurram-me cara ela. Na terceira parada já chegamos à comisaria central de Madrid.

Durante toda a detençom perdim a noçom do tempo polo que nom saberia dizer como fôrom os acontecimentos. Estiverom constantemente levando-me de umha sala para outra com contínuos interrogatórios que rematavam sempre com ameaças por nom respostar às suas perguntas. Eram interrogatórios agobiantes nos que eles já me davam as respostas que queriam escuitar. Empregárom diferentes métodos como o do polícia bom e o polícia mau, chantagens, paternalismos e algum que outro golpe.

Assim foi como decorrérom os três dias de incomunicaçom que se fizérom mais levadeiros pola apariçom do meu médico familiar. Na última noite dixérom-me que prolongariam dous dias mais a incomunicaçom mas finalmente nom foi assim, na manhá, após o derradeiro interrogatório, comunicarom-me que me levariam por fim à Audiencia Nacional.

- No ámbito político convertimo-nos em vítimas mas este nom é o nosso papel. Nom acredito nos “mártires”, somos simplesmente os castigados dum conflito e é ai onde devemos de atuar mantendo a dignidade e trabalhando pola consecuçom social e nacional da Galiza. Com todo, isto nom no imos ganhar desde as cadeias, a luita está nas ruas e isto nom podemos esquece-lo. Nós pouco podemos fazer desde cá, mantemo-nos firmes naquelo que fumos toda a vida, pessoas comprometidas com o País.

- Ao entrar na cadeia atopas-te perdido e tratas de assimilar todo o que está a acontecer. Tivem a sorte de coincidir em Soto del Real com presos bascos e desde o primeiro momento tratarom-me coma um igual, derom-me roupa, assesorarom-me e em todo o que puiderom e ajudarom-me em todo o que lhes pedim, incluso até me derom comida e algum que outro capricho coma bolachas ou Nocilla. A adaptaçom com a sua aportaçom fizo-se milhor, mais levadeira, sobre todo nos primeiros dias onde nom tens contacto com o exterior parece que estás só mas nom é assim. Tratarom-me como dizia antes, como um mais e o respeito que sintem cara o movimento galego é imenso. Como quem di já me estavam esperando para amosar-me todos os intríngulis do módulo. Os bascos com os que estou em Mansilla de las Mulas já estiverom  com o ex preso independentista Jose e mais recentemente com Eduardo polo que sabem do nosso caso.


- O Povo tem que compreender que a repressom existe e que estamos a ser julgadas/os polas nossas ideias políticas. Somos presas/os políticas/os e nom imos deixar que se camufle esta realidade. A maneira que temos de fazê-lo é a dum Povo que nom cala e que ansia a liberdade.

- Sobre a dispersom é simplesmente um castigo para as nossas famílias e achegadas/os e isto é inegável. Na Galiza há cárceres suficientes para manter às/aos presas/os políticas/os galegas/os polo que esta escusa nom serve para que nos desloquem a centos de quilómetros. A dispersom também conleva um maior custe e maior perigo, nom podemos obviar a constante crise económica e isto faz que seja mais complexo viajar. Também existe o risco de acidente como já aconteceu em algumha ocasiom e do que os únicos responsáveis som os que imponhem a atual política de dispersom. Além disto, cá dentro “tortura-nos” estar pensando se a viagem foi bem e se nom houvo problemas, etc.

Qualquera pessoa pode levar umha situaçom semelhante com dignidade se tem as suas ideias claras. Cá o que buscam é precisamente isso, arrebatar-che as ideias, negar que somos presas/os políticas/os, humilhar-te. Simplesmente mantemos a força e raiva que tínhamos na rua para nom deixar-nos pisar mas nom somos diferentes a ninguém, temos as ideias claras e somos coerentes com os nossos princípios.

O que demonstra a nossa juventude é que somos nós, a mocidade, o motor dumha sociedade, dum ideário; temos que conquistar o nosso futuro que pinta muito preto mas as/os boas/bons e generosas/os saberemos aparcar as nossas diferências e subir todas/os ao mesmo carro com o fim de construir um futuro na nossa Terra, liberada e justa.

Levamos décadas ponhendo-nos o pé mutuamente, acho já chegou a hora de que a mocidade se converta na vanguárdia da esquerda independentista do nosso País, de demonstrar madurez política e pessoal e de criar espaços de confluência, amplos e plurais com um claro projecto de País. Se o conseguimos o futuro será nosso, porque juntos somos invencíveis e poderemos chegar a ser umha verdadeira opçom, umha alternativa para toda a sociedade e nom quedar-nos num mero intento.


- O principal problema que afronta a mocidade chama-se Espanha e todo o que ela implica. Isto é capitalismo e patriarcado. Um país que reprime a quem levanta a voz ante as injustiças, que assassina a travês do seu fanatismo patriótico, que é dócil com os de arriba e duro com as/os de abaixo, que bota às famílias enteiras à rua mediante despejos, que rescata às caixas e pouco faz com quem defrauda a Hacienda, que convirte num parque temático a nossa costa para os turistas, que destrói a Educaçon, a Sanidade, e todos os serviços públicos, que convirte algo que era de todas/os, como a Justiça, num instrumento para ricos e poderosos, um país no que a Igreja segue a ter um peso enorme, que é machista e demonstra-o com leis como a do aborto, que condea a milhares de moças/os a emigrar para buscar-se um futuro... Um país em última instância repressivo, corrupto e que corta as asas da liberdade dos Povos aos que somete.

- Estamos Presos por ser independentistas. Tratamos de afrontar esta situaçon explorando aquelas vantagens com as que contamos e levando e superando da melhor maneira possível os atrancos, impedimentos e limitaçons, que som muitíssimos.